Um dos principais treinadores de
Frankie Edgar, ao lado do técnico de boxe Mark Henry, Ricardo
“Cachorrão” Almeida já começou o trabalho com o americano para o duelo
contra José Aldo, no UFC Rio 3. E o tempo de preparação é curto, já que
oevento acontece no dia 13 de outubro, no HSBC Arena. Porém, Ricardo
afirma que o fato de vir estudando o campeão dos penas há algum tempo
pode ser uma vantagem.
“Depois da vitória do Frankie sobre o
Gray Maynard, em outubro do ano passado, eu e Mark já começamos a
estudar o Aldo, mas sem passar muita coisa para o Frankie. Sabíamos que
eventualmente Frankie desceria de peso”, afirmou o treinador.
Em entrevista exclusiva ao PVT, Ricardo
revela que Edgar chegou a temer a luta no Brasil, por medo da arbitragem
ser influenciada pela torcida de Aldo. Cachorrão comenta ainda a
oportunidade de Frankie já ganhar uma disputa de título no novo peso,
revela estar animado para voltar ao Brasil depois de tantos anos, e
analisa tecnicamente o duelo.
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Ricardo Almeida com Frankie Edgar ao fundo |
Confira abaixo a entrevista completa com Ricardo Almeida.
Quando vocês receberam a notícia de que enfrentariam Aldo?
Edgar acabou de lutar, e estava nas
Filipinas para o One FC. Ele me perguntou o que eu achava, e disse que
era a luta que todos queriam ver. O Frankie tem chance de fazer história
ganhando dois cinturões. Curioso é que o Mark [Henry, treinador de Boxe
de Edgar] disse, após a vitória sobre o Gray Maynard, em outubro de
2011, que a maior luta da vida de Edgar seria contra o Aldo no Brasil.
Ele já estava prevendo, impressionante!
Já definiram a rotina de treinamento? Como é ter que enfrentar Aldo com pouco mais de um mês de treinos?
Gostaríamos de ter um camp de doze
semanas, mas a oportunidade pode não bater na porta duas vezes. Frankie
fez lutaço contra o Ben Henderson, acho que perdeu roubado, mas nem vou
voltar a essa discussão. Não sofreu grandes danos, a suspensão foi
pequena, e já voltou aos treinos com tudo, está muito confiante.
Ficaram surpresos com o convite para já lutar pelo cinturão?
Não achava que Frankie lutaria logo
agora pelo título, mas ficou difícil achar adversário para o Aldo. Acho
que um cara como o Frankie descendo pode ser um grande adversário, pode
ter a vantagem física de vir do peso de cima. Talvez seja uma das
maiores lutas da história do UFC. Das lutas principais de UFC’s aí no
Brasil, essa pode ser considerada a de maior perigo para o brasileiro.
Frankie tem tudo para estragar a festa no main event (luta principal) do
UFC Rio.
E a estratégia para o brasileiro? O que pode adiantar?
Olha, depois da vitória do Frankie sobre
o Maynard, em outubro do ano passado, eu e Mark já começamos a estudar o
Aldo, mas sem passar muita coisa para o Frankie. Sabíamos que
eventualmente o Frankie desceria de peso. E agora é pra valer. É um
desafio enorme para ele.
Edgar está animado em lutar no Brasil?
Frankie estava um pouco preocupado em
lutar aí. Perguntou quem seria o juiz, para não sofreu o que sofreu com
Henderson. Ficou preocupado, com a torcida toda do Aldo, e ter
arbitragem brasileira. Falei pra ele que não sabia quem seria, mas
deixei claro que ele não era Chael Sonnen, que ele não falava mal de
ninguém, que é ótimo exemplo, e que não deveria se preocupar. Ele ficou
feliz, gosta do Brasil, quis ir na hora. Sabe que eu vim daí, da Barra
da Tijuca, minha primeira aula de jiu-jitsu foi na Gracie Barra. Ele vai
se sentir bem.
E você, tanto tempo fora do Brasil, voltará como treinador num UFC. Imaginou lutar por aqui?
Parei de lutar no começo do ano passado,
um pouco antes da oportunidade de lutar no Brasil, sempre tive essa
vontade. Mas estou feliz por ir como treinador, tem um valor enorme.
Hoje divido meu tempo entre Nova Jérsei e Califórnia. De vez em quando
juntamos os times, treinamos com o Renzo na academia enorme que ele tem
em Nova York.
E como será estar no córner de um americano contra um brasileiro, e no Brasil?
O esporte hoje em dia é um pouco maior
que isso. O Brasil é meu país, minha família, minhas raízes são
brasileiras. Não estou indo enfrentar o país, hoje os times estão
misturados, há brasileiros com americanos, e isso pode acabar
acontecendo. Estou vendo como uma oportunidade enorme, de ver como está o
MMA no Brasil, há anos não vou ao país. E o Frankie não começou a
treinar comigo agora, para essa luta, treina desde 2008. É da família. É
meu faixa marrom.
Como vê o duelo? O que Frankie deve explorar?
Fica difícil analisar isso, pois os
comparamos com outros lutadores, não com eles mesmos. Se eles já
tivessem se enfrentado, seria mais fácil. O Frankie é muito rápido nas
combinações, vários golpes ao mesmo tempo. Só que o Aldo com um golpe só
atinge com uma violência tremenda, tem muita pegada. Acho que será a
velocidade contra a contundência. Frankie também é muito bom de quedas, e
bom no chão pra quem é um wrestler. Ele vai ficar o tempo todo indo pra
cima, mas com uma boa defesa, e uma das melhores esquivas do UFC. O
Frankie evolui a cada luta, é só ver da primeira luta com o BJ Penn até a
última com o Ben Henderson. É difícil saber como ganhar do Aldo antes
de entrar no octógono, mas o Frankie tem potencial. Vamos ver o que
acontece.
Algum recado?
Quero agradecer à galera, estou sabendo
que está crescendo muito o MMA aí. É chato lutar contra brasileiro, mas o
Frankie é um cara que gosta do Brasil, treina comigo e com Renzo. Mesmo
que ele ganhe do Aldo, não vai ficar tão ruim pro Brasil.
Fonte: portalvaletudo.uol.com.br
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